Período Sensível de Movimento

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A criança tem um desejo natural de dominar o uso voluntário de seus órgãos de movimento. Se ela não o faz, não pode externalizar o fruto de sua inteligência. A vontade é, portanto, não apenas um instrumento de execução, mas também de desenvolvimento psíquico. ” (Montessori, 1972)
— Montessori, The Absorbent Mind

O período sensível do movimento também tem seu início do começo. Sim, bebês movimentam-se desde o nascimento. Desde então a criança demonstra sua grande necessidade de movimento. Depois de apenas alguns meses, o bebê é capaz de engatinhar. Mais tarde, no seu próprio ritmo, ele se liberta para a exploração do mundo.

Uma forma de respeitar e apoiar o desenvolvimento motor do bebê é permitir que ele ocorra forma natural. Você pode até pensar, “mas como assim? o desenvolvimento motor não acontece naturalmente?”. Sim, mas muitas vezes utilizamos de “recursos” que, na verdade, servem de muleta. Seja o andandor, a cadeirinha bumbo, ou um chiqueirinho (até o termo me surpreende!) esses utensílios pouco servem a criança.

Esses “recursos” apenas interrompem o processo natural do desenvolvimento motor.

A cadeirinha bumbo, por exemplo, foi criado com o propósito de acomodar bebês que não sentam sozinhos. Como sabemos, o primeiro ano de vida é crucial para o desenvolvimento do bebê. Ele aprende a manter a cabeça, depois rolar, sentar, engatinhar, andar, correr, pular, escalar e muito mais. Todos esses marcos devem ser alcançados dentro do prazo e da sequência. O que a cadeirinha bumbo faz, na verdade, é atropelar o processo natural do desenvolvimento motor, isso pode causar danos físicos criança. Já pensou como seu corpo sentiria em ter que ser forçado a sentar e ficar com o pescoço e cabeça balançando de um lado pro outro? Desconfortável, né? Agora pense no seu filho de 3 meses. Pois é. O processo de mielinização (camada lipoprotética em neurônios motores) precisa ser completo para que a coluna seja capaz de suportar o corpo.

A liberdade de movimento é uma das premissas da filosofia Montessori, por isso, o movimento além de ser encorajado, é proporcionado através do ambiente preparado. Para bebês, as prateleiras são baixíssimas, no chão; dispomos espaço no chão, sem empecilhos ou obstáculos para o movimento, há espelhos em posição horizontal para que o bebê possa observar a si mesmo. Para bebê que é mais móvel, há escadas e rampas adequadas ao tamanho da criança para promover mais atividade motora. Note:

Maria Montessori falou sobre a educação como um auxílio / ajuda à vida.

Esses recursos não forçam a criança a agilizar etapas, mas são disponíveis quando a criança apresenta prontidão para o desenvolvimento de uma habilidade motora específica. Outro exemplo para vocês entenderem melhor: barra de apoio versus andador. A barra de apoio montessoriana não aprisiona a criança à um movimento que ela não está fisicamente preparada para fazer. Ela é um auxílio disponível que a criança vai utilizar quando ela tiver a força física de levantar o próprio corpo, ela - a criança - se manterá de pé usando a barra de apoio por tempo determinado por ela.

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Nessas imagens você pode notar a barra de apoio na área de bebês e a área de movimento de crianças maiores em uma escola montessoriana de Amsterdã.

Para ver mais fotos dessa escola, acesse: The Montessori Notebook

A primeira premissa de Montessori é que o movimento e a cognição estão intimamente entrelaçados, e o movimento pode melhorar o pensamento e o aprendizado (Lillard, 2005).

Esta é a principal razão pela qual Maria Montessori deu grande ênfase à importância do movimento. Existe uma conexão crítica entre movimento e ambiente. Através do movimento, a criança pode construir suas impressões sobre o ambiente e pensar nelas, como resultado, cresce intelectualmente.

Nas salas de aula Montessorianas em todo o mundo, as crianças acessam o aprendizado repetindo uma determinada sequência de movimentos, de acordo com a lição apresentada. A repetição dos movimentos de cada lição leva à uma compreensão do conceito subjacente, ou seja, a manipulação dos materiais e repetição de movimentos ajudam a criança a aprender conceitos de forma concreta.

Quando pensamos em movimento, imediatamente pensamos em movimentos grossos, grandes. Atividades que promovam esses tipos de movimentos são importantíssimas e têm o seu lugar no ambiente montessoriano, mas crianças que aprendem mais de forma cinestésica também aprendem utilzando memória física e utilizando manipulativos.

Na sala de aula montessoriana você pode observar uma criança carregando blocos, indo e voltando de uma prateleira, enquanto outra pratica poses de yoga num tapete, e ainda outra pratica verbos que o parceiro ler (saltitar, correr, rolar, andar, bater palmas..) Movimento é constante no ambiente montessoriano, pois essa a janela está aberta :)


 

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